Sexto Erro:
A interpretação errada do timing
Hoje assistimos a uma massa crítica de pessoas a vaguear de
empresa para empresa, acreditam no modelo, mas acham que o insucesso delas na indústria
se deve à empresa que estão. Acreditam que se forem os primeiros a começarem
numa empresa que nem sequer entrou oficialmente no país delas irão ter mais
possibilidades de ter sucesso.
Vejo muitas pessoas deixarem a empresa em que estão, para
entrarem numa nova que vai chegar ao seu país. O que irá acontecer é que, literalmente,
irão "perseguir" outros distribuidores da mesma empresa dizendo mal
dela e fazendo comparações com a nova oportunidade.
As comparações e os motivos da mudança são na sua maioria
bastante
infundados, por vezes mesmo idiotas. Um desses
"motivos", e talvez o mais idiota é o argumento de "serem os primeiros",
o "timing" como eles dizem.
Então uma das "armas" de recrutamento é este
"timing": "Começa agora
pois esta nova empresa é muito melhor do que essa onde
estás, deixa-a
porque eu já estive aí e ela é isto e aquilo. Agora é que é
bom pois estamos iniciando trabalhos."
Infelizmente isso arrasta uma multidão de distribuidores de
outras empresas para essa nova que nem sequer está aberta oficialmente no país,
eles desistem da empresa em que estão por pensarem que o problema não é deles
mas sim dessa empresa.
Esse é o argumento mais perigoso de se usar, pois há a
loucura inicial, há a explosão inicial, pois entram milhares de pessoas à
procura do vale encantado, mas quando passa essa euforia inicial e quando
percebem que afinal "falta qualquer coisa", vão todos em debandada
para a próxima nova empresa com a esperança de finalmente encontrarem
"essa coisa".
Quando se inicia um negócio novo num país há a vantagem de
ninguém ter ouvido falar nele e as pessoas não terem uma imagem negativa da empresa.
Isso torna o processo de recrutamento mais fácil, do que por exemplo numa
empresa que está a mais tempo no mercado. Mas chega a um ponto, que não está
descrito em nenhum gráfico, em que o "timing" da explosão dá lugar ao
da implosão. Aconteceu com todas as empresas que entram num país novo.
Depois dessa implosão, muitos decidem entrar na nova moda,
na nova empresa que está a chegar, pois acham que a sua empresa já deu o que tinha
a dar. Foi exatamente isso que lhe disseram para recrutá-los. É verdade que as
nossas atitudes de hoje se voltam para nós amanhã. Outros decidem mudar de país
e ir atrás da onda da novidade, pois como "já não dar" nesse país,
seguimos para o próximo.
A maioria dessas empresas não resiste à fase da implosão
nesse país, ou demora muito tempo a recuperar-se dessa fase. Sim o
"timing" é importante, mas a fase boa não é aquela que todos pensam. Essas
empresas só recuperam dessa crise se de fato os produtos que representam forem
aceitos pelo mercado, se os produtos são únicos na sua relação qualidade/preço,
se os consumidores finais fora da rede comprar esses produtos por gostarem e
por esse produto lhes trazer um benefício REAL.
Só depois de uma empresa passar por esse teste é que provou
realmente ter lugar no mercado, provou que não cresceu sobre falsos pretextos,
nem por falsas declarações. O mercado não perdoa, se os produtos não tiverem um
real benefício, se os seus distribuidores não tiverem uma remuneração justa e
acima da média essa empresa não vai sobreviver no mercado.
Muitas pessoas que andam a vagar de empresa para empresa não
percebem que o mal não é a empresa onde estão mas sim o
modelo que escolheram para desenvolver o negócio. Eu não digo que as pessoas
não devem mudar de empresa, eu próprio não estou desenvolvendo o negócio de
Marketing Multinível na primeira empresa em que entrei.
Se a pessoa não se sente bem com o que faz, se não se
identifica com os produtos que recomenda, se não se identifica com a liderança
da empresa, se esta está com problemas sérios no seu mercado, se afinal o plano
de marketing não recompensa tanto como imaginava, acho que deve mudar.
Mas essa mudança deve ser feita com cuidado, antes de mudar
deve perceber realmente o que distingue uma oportunidade de outra, deve investir
tempo também para perceber se não tem já a oportunidade certa nas mãos.
Ir atrás da nova moda só vai adiar ou agravar o problema, e
muitas vezes ainda vai adicionar mais alguns. Se a "nova" empresa não
tem estrutura física no país, não tem os produtos legalizados e devidamente
aprovados, a empresa começará a ter os problemas normais de quem cresce muito
rapidamente, etc. Crescer de 2 para 4 significa um crescimento de 100%, mas na
realidade é muito inferior ao de outra empresa que cresceu de 3 biliões para 4
biliões, apesar de este
ser um crescimento de somente 25%. É preciso ter atenção ao
que se faz
com os números.
Vejo muitos distribuidores a usarem o argumento idiota de
dizerem: "esta é a melhor empresa, pois tem o maior crescimento da
história dos negócios", claro se cresce muito rapidamente alguma coisa de
boa deve ter, mas junto com isso vêm as "dores do crescimento",
incapacidade da empresa dar apoio local, de ter ferramentas de trabalho na
língua do país onde está, de falta de liderança local, de formações locais,
etc.
Em todo o caso, com maior ou menor apoio, a principal
condição de sucesso será você, ainda mais do que a empresa que escolheu.
Nenhuma empresa é perfeita, mas o erro que a maioria faz é pensar que a falta
de sucesso satisfatório está em fatores externos que não têm a ver com a pessoa.
A razão porque muitas pessoas têm insucesso nesta indústria
tem a ver
com o fato de não terem um sistema de trabalho que as faça
falar com 10
pessoas por dia para o negócio (fazer crescer a sua rede de
distribuidores)
e com 10 pessoas por dia para o produto (fazer crescer a sua
rede de
clientes).
Nenhum comentário:
Postar um comentário